quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

ADOÇÃO Polêmico!


Hoje, assisti a um vídeo que conta o passo a passo sobre adoção.  Carla Penteado, uma mulher de 37 anos, relata , feliz, que  conseguiu adotar 04 filhas. [ Marcela, hoje, com 08 anos, que é autista/Luana, sua segunda adoção, que aconteceu na cidade de Osasco, que tem síndrome de Dawn e tem 03 anos/  Rafaela, com 03 meses, que tem hidrocefalia e Nadine (linda!e essa eu conheço), que está com 18 anos e também estava abrigada na cidade de Osasco].

Falam entusiasmadas, Carla e Cris Flores, do programa Hoje em Dia,sobre o amor que uniu essa familia .Eu também fiquei emocionada, porque não é fácil essa tarefa, que é uma verdadeira missão.
O juiz, Samuel Karasin, fala da facilidade de se adotar e até cita  o fato de que as pessoas trabalham essa "lenda", quando se trata de adoção.

O mesmo discurso de 2003/ depois 2005/ quando o assisti em palestras na cidade de Osasco e na época eu trabalhava na secretaria de assistência e promoção social e também discurso repetido em 2009, quando já estava como conselheira tutelar nessa cidade de Osasco.
No seu discurso, ele fala do quão fácil é a adoção e que uma das lendas é o fato da demora, quando na realidade, ele diz ser muito rápida.

Em 2003 eu perguntei quantos casais tinha na fila de espera, na cidade de Osasco e a resposta foi de que o número era 40. Depois, em 2009, fiz a mesma pergunta e a resposta foi a mesma. [estranho!] a rapidez.

Quanto às falas todas, não entendi como que Carla visitou um abrigo em Aracaju, pediu pra ver o berçário e deu de cara com Marcela, uma menina que não tinha reação alguma e que no seu colo chorou e acabou gastando 80 mil reais ( segundo dados  pesquisados no Google, sobre a Ong Até). E que esses 80 mil reais foram gastos com advogados e laudos psicológicos.

Então, a adoção não é assim fácil, pois não deve ser fácil, os casais terem essa quantia de dinheiro.

Depois, Carla, visitou um abrigo em Osasco e indo até o berçário, deu de cara com Luana, que estava com a saude debilitada e então, pediu uma guarda pra cuidar da saude da pequena . Disse que já tinha conseguido , em outras ocasiões, esse tipo de guarda pra cuidar de crianças e que inclusive, teve caso de ter que devolver a criança para ser adotada por outro casal. Mas que considera louvável, porque a idéia é mesmo cuidar de quem precisa de cuidados.

Muito bem! eu também acho essa atitude hiper louvável e sou muito a favor disso.
Mas fiquei admirada de saber que  o juiz Samuel Karasin acha isso interessante e até deu a guarda pra que Luana fosse cuidada por Carla, porque enquanto conselheira tutelar, vi casos assim e ele negar. Acompanhei caso bem mais  fácil que esse, e ele negar.

Tem até um caso de uma criança está no abrigo desde que nasceu, e que tem uma familia enorme. Só pelo fato de que a mãe da criança tem uma leve deficiência, ele abrigou a criança e a mãe também. Ocupando espaço no abrigo e a familia esperando mãe e filha há mais de 01 ano.

Agora, se é tão fácil assim, porque no albergue dessa cidade, tem um jovem que acabou de completar 18 anos, que ficou abrigado durante anos, que é especial e que agora, como não pode ficar no abrigo após os 18 anos, foi colocado lá no albergue. Porque não se trabalhou a adoção( fácil) através dessa Ong?

E também não ficou claro pra mim, nesse video, a adoção tardia da menina de 18 anos, quando Cris Flores diz que essa  "criança" [errado , porque 18 anos, não é mais criança e nem adolescente] cuida com tanto amor das irmãs.

Ela é uma jovem que foi adotada ou é uma" criança de 18 anos," que cuida das irmãs?

E quando Samuel Karasin, fala da facilidade que se tem de adoção, inclusive as mais complicadas e quando cita o seu corpo técnico adequado a fazer esse tipo de serviço e que ele se encanta, será que os técnicos também concordam com essa fala? Porque essa semana, estava com uma criança (11 anos), que os policiais conduziram até a sede do conselho tutelar, por estar vagando pelas ruas e quando liguei na Vara da Infância pra falar desse caso, visto que é uma criança que inclusive estava foragida do abrigo, a técnica que me atendeu disse que o correto era ela falar do paredeiro de sua mãe, porque não tinha como ficar voltando pro abrigo. ( lembrem -se: criança foragida). E quando questionei sobre os seus irmãos mais novos(num total de 05), estarem já destituidos, num abrigo sob segredo de justiça, pois estão para ser adotados, essa técnica disse que não daria pra essa menina ficar na mesma situação, por conta da idade. ( já está velha pra adoção).

Uai, as falas são diferentes? Os encantamentos são outros? Os sonhos não são os mesmos?

Paro por aqui, hoje!  Pra mim,  Adoção, ainda é um tema bastante complicado.





http://noticias.r7.com/videos/conheca-passo-a-passo-o-processo-de-adocao/idmedia/5c1905ec8b02a2521f26dc5ed2d2bd4a.html

Um comentário:

  1. Sinceramente conheço outras Varas de Infância e lamento, mas parece que lá está fora de tudo que conheci. A legislação é igual (ECA e 12.010...), mas pessoas são diferentes e parece que os piores se reuniram no mesmo lugar. Quando cheguei na cidade para trabalhar percebi a diferença. Lembro-me de um garoto que passou a vida toda sendo atendido pela VIJ e a ultima noticia que tive dele, era que estava num "CDP". Atingiu a maioridade e mediante o primeiro erro foi parar no CDP. Um dia perguntei a uma técnica se ela dormia em paz, mediante a situação do garoto? Percebia quanta coisa errada no trato com esse garoto, alimentando a onipotência no sentido que tudo posso porque tenho apoio desse ou daquele. Sempre alertava o garoto que ao completar dezoito anos sua sorte mudaria. Infelizmente... Acreditam que muitos de lá acham que o melhor lugar para crianças e adolescentes é um abrigo. Se houver um levantamentos dos casos que passaram por lá, "hummm". Permanecer num acolhimento sem necessidade? Muitos adolescentes querem e é permitido. Nunca vi isso. Ao completar 18 anos, adeus ficam a mercê da propria sorte. Não é mais conosco.Sinceramente. Em resumo os abrigos estão substituindo a familia, que não é cobrada e nem trabalhada para sua responsabilidade. A familia acha que o filho deve ficar no acolhimento para melhorar o comportamento. Vi cada passo de como chegou onde chegou.

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